segunda-feira, 28 de maio de 2007

RUMO Á AUTO-SUFICIÊNCIA EM GÁS NATURAL

Projeto Manati abre novo horizonte para a produção de gás natural na Bahia.
A Bahia pode, com o campo de Manati e em um cenário de curto prazo, tornar-se auto-suficiente em gás natural, segundo informações da Petrobras. Trata-se de um dos maiores campos de gás natural do País, em área marítima.

Anaydê Holanda
A expectativa é ver o campo operando em capacidade máxima, estimada em seis milhões de metros cúbicos por dia, em alguns meses. Espera-se, ainda, o atendimento à demanda imediata do mercado formado, principalmente, por indústrias do Pólo Petroquímico de Camaçari.
Além do mercado interno, o aumento da produção poderá transformar a Bahia em um pólo exportador do insumo para todo o Nordeste. Essa demanda será concluída até o final de 2007, com as interligações da malha do gasoduto na região, além de permitir o escoamento do gás para outros estados demandantes e reverter o cenário atual, isto é, o de importação do gás produzido em Sergipe.
Desta forma, o cenário baiano aponta para uma realidade bem diferente. "Estamos começando um novo ciclo de produção com a atividade marítima, em um campo de alta produtividade, pois cada poço poderá produzir acima de um milhão de metros cúbicos por dia", explica o gerente Robério Ramos. No total, o campo é constituído de sete poços, sendo que três destes já estão prontos, dois em fase de perfuração – com previsão para operar até março – outro planejado para operar a partir de maio e um sétimo poço ainda sob análise.
A Bahia também possui um dos maiores campos produtores de gás natural operando em terra, o campo de Miranga, localizado na Bacia do Recôncavo. Atualmente, no total, os campos baianos produzem cerca de cinco milhões de metros cúbicos de gás natural por dia.

Demanda

Mas, com Manati será possível suprir a crescente demanda do mercado? Atualmente, a Bahiagás, empresa de economia mista controlada pelo Governo do Estado, é responsável pelo insumo e distribuição de gás para as indústrias. Isso corresponde a 3,5 milhões de m3/d, o equivalente a cerca de 65% da produção. Terceira maior distribuidora em vendas de gás canalizado do Brasil, ela fornece o produto para dezenas de clientes, principalmente para indústrias do pólo.
Do volume total produzido, a atividade de Exploração e Produção consome aproximadamente 6%. Parte deste volume é utilizado na injeção de gás nos reservatórios. "Através da injeção do gás, há um aumento da pressão que faz com que o petróleo saia com mais facilidade", esclarece Robério Ramos. Essa técnica permite um maior aproveitamento dos campos petrolíferos terrestres, que reduzem naturalmente a produtividade por conta do longo período em produção. O restante do gás produzido é direcionado para a Fábrica de Fertilizantes - UN-FAFEN - em Camaçari (25%) e à Refinaria Landulpho Alves, em Mataripe (4%).
E ressalte-se que a necessidade do gás extrapola as fronteiras da região, sendo uma carência de indústrias em todo o país. Para atender à solicitação que aumenta a cada ano, desde 2001, a Petrobras vem ampliando a produção. Porém, em virtude da demanda reprimida, ainda há muito trabalho pela frente na busca de ofertar o maior volume do combustível possível e assim atender o desenvolvimento do parque industrial.
Com a estabilização da moeda, segundo especialistas, é fato que o país voltou a experimentar o fenômeno do crescimento econômico nos mais variados ramos de atividade e a energia é um insumo básico. Além das indústrias, o gás também servirá de combustível para as termelétricas. De acordo com a gerente de Coordenação e Controle da Produção da Unidade de Exploração e Produção da Bahia, Cristiane Formosinho Conde, o que motivou a estatal a aumentar os investimentos na produção do gás natural foi, justamente, uma decisão estratégica do Governo Federal para criar condições favoráveis ao desenvolvimento nacional. "Foi a partir da crise energética que se decidiu investir nas usinas termelétricas a gás como uma das soluções para o Brasil", lembra a executiva.

Combustível

Vale destacar ainda o uso do gás na indústria automotiva, como combustível.
"Sabemos que, apesar dos esforços, vamos suprir o mercado apenas em curto prazo. Mas o nosso compromisso é ampliar progressivamente a produção. Por isso, estamos investindo na descoberta de novos campos no Estado", sinaliza Conde. De acordo com ela, ao longo da costa, na região sul da Bahia, também próximo a Morro de São Paulo, a Petrobras investiga a possibilidade de um novo campo. "Inicialmente estão aprovadas as perfurações de mais quatro poços", acrescenta. O Campo de Manati tem capacidade para produzir seis milhões de metros cúbicos por dia, quando estiver operando em capacidade máxima. A princípio, a oferta será de três milhões e meio de metros cúbicos por dia.

Um comentário:

Unknown disse...

Tomara que traga recursos para Morro de Sao Paulo.